quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Tão contrário a si é o mesmo amor...

"I just want to see you, when you're all alone. I just want to catch you, if I can. I just want to be there, when the morning light explodes on your face it radiates. I cannot escape, I love you 'till the end." @ Sábado à noite. Ninguém merece passar as noites de um sábado em casa, vendo seus tiso jogarem futebol de botão com seus filhos nerds e suas tias tricotando e fofocando. "Oh gosh, essa é realmente a família que tinha disponível quando eu nasci?" Era a única pergunta que circulava em minha mente quando eu via tais cenas broxantes. Não aguentaria nem mais um segundo naquela casa. Precisava sair, precisava espairecer algumas ideias. - Tia? Vou encontrar com a Alice na praia, ok? - Disse-lhe tão depressa que a coitada nem deve ter me entendido. Corri para o quarto, peguei algum dinheiro na bolsa e, com a mesma rapidez, já ia saindo de casa. - Tenha juízo, Lívia. - A voz da titia ecoou pela sala. Oh céus, o que era juízo mesmo? - Não tenho hora para chegar, nem me espere. E sim, tia. Eu sempre tenho juízo. - Uma mentirinha de vez enquando não mata ninguém, certo? De qualquer forma, eu não ligava. Peguei o primeiro ônibus que me levasse para parte leste da cidade, onde ficavam as praias, os bares e onde eu tinha certeza que encontraria ela. Desci perto de uma pequena casa de shows chamada Erotika, ponto de encontro da maioria dos jovens. De playboys à patricinhas, de emos à roqueiros, de heteros à gays. A primeira coisa a fazer era procurar Stephany. Ainda me perguntava se aquela cdf frequentaria um lugar daqueles, com casais se comendo pelos cantos, com bebados apostando até as cuecas sujas em poker e jogos de azar. Era realmente inacreditável as barbaridades daquele lugar. Aproximei-me do balcão, pedi uma bebida forte e virei-me para o salão. Fiquei horas olhando aquelas pessoas se embebedarem, transarem e perderem tudo. "De fato, ela não vai vir aqui..." Larguei a bebida quase que terminada no balcão e segui para o banheiro. Ou melhor, para minha decepção. Ao entrar no banheiro daquela boate depravada deparei-me com uma cena nada aconchegante. Na verdade foi uma mistura de constrangimento e excitação. Ver Stephany debruçada em cima de outra menina não foi nada legal. Fingi lavar o rosto rápidamente mas já era tarde. Ela tinha percebido meu interesse e minha excitação. - Hey... - Eu não acreditava. Stephany Fletcher estava falando comigo! Eu não sabia como agir, até ontem ela mal sabia que eu existia! - Olá... - Estava tremula. Precisava urgentemente sair daquele banheiro antes que as paredes me engolissem. Caminhava até a porta quando fui surpreendida com as mãos macias da garota. - Espere... Lívia Mahrie, certo? - Eu realmente devo ter corado quando ela disse meu nome. Ela sabia o meu nome! - Exatamente.. Stephany.. - Sorri ao dizer o nome dela e, com certeza, ela entendeu minhas intenções na mesma hora. Senti suas mãos macias deslizarem sobre meus braços, causando um surto, quase incontrolável, de tesão e arrepios. Sai do banheiro e segui para fora da boate quase que sem olhar para trás, com um receio enorme de que tudo que tivesse acontecido não passasse de um sonho ou alucinação. Caminhei sobre a areia até a praia. Estava uma noite esplêndida, ou melhor, uma madrugada magnífica. O sol nascia no horizonte iluminando o céu que era escuro a tão pouco tempo atrás. Estava inerte em meus pensamentos, com uma explosão de sentimentos bombardeando-me o peito. Nem percebi que Stephany se aproximava. Apenas senti uma mão macia tocando-me a coxa e, ao olhá-la sentada ao meu lado, percebi como o sol da manhã explodia em sua face e irradiava toda sua beleza. - Oi amor... - Estava tão boba, tão apaixonada. Ela apenas sorriu para mim, aproximando seu rosto do meu e tocando-me nos lábios, com um selinho doce. - O que foi isso? - Não acreditava que ela tinha me beijado. - Um beijo, nunca viu? - Ela sorriu com um tom um tanto sarcástico. Aos poucos percebi que aquela cdf era completamente diferente do que eu imaginava e que, aos poucos, me apaixonava ainda mais por ela. - E.. porque você fez isso? - Sorri de lado numa tentativa quase que desesperada de conquistá-la. - Porque eu quis.. e quero isso também... - Seu rosto aproximou-se ainda mais do meu, senti nossos lábios se tocarem e um beijo apaixonado aconteceu. Ela deitou-me lentamente na areia, aninhando-me em seus braços. Podia ser impressão minha, mas ela parecia ainda mais apaixonada que eu. E assim eu realmente a conheci, numa manhã de domingo, numa praia quase deserta, com as ondas beijando a praia e o sol brilhando com toda emoção. Parecia mais um conto de fadas do que a pura e cruel realidade.






PS's: Brê e Jéh, obrigada pela ajuda com o nome da boate e com o sobrenome da stephany *---* Começo do texto retirado da música "I love you'till the end @ The Pogues". até mais ;)

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